Intestino: O segundo cérebro e sua ligação com saúde emocional e física
Em mais uma edição do programa Palavra Aberta, da TV Assembleia, em parceria com a Universidade Federal do Piauí (UFPI), Piauí por meio do Programa Institucional de Bolsas de Extensão com o Projeto Saúde, Corpo e Mente, destaque para o intestino, conhecido popularmente como "segundo cérebro", uma vez que desempenha um papel crucial na nossa saúde física e mental. A gastroenterologista Jozelda Lemos Duarte explica que a ligação entre o cérebro e o intestino é complexa e envolve o sistema nervoso autônomo e a produção de neurotransmissores essenciais, como a serotonina e a dopamina, fundamentais para o bem-estar e o humor.
O intestino, segundo a entrevistada, é composto por duas partes principais: o intestino delgado e o intestino grosso. No intestino delgado, ocorre a digestão e absorção dos nutrientes, enquanto o intestino grosso é responsável pela formação das fezes. Ele é ricamente inervado, o que possibilita uma comunicação estreita com o cérebro.
A microbiota intestinal, composta por trilhões de bactérias, tem um papel essencial nesse processo. Ela participa do equilíbrio do organismo e, quando está desregulada (em casos de disbiose), pode provocar problemas digestivos, infecciosos e até afetar o sistema imunológico. Fatores como alimentação inadequada, uso de medicamentos e estresse podem influenciar a saúde da microbiota e, consequentemente, do intestino.
Emoções e sua influência no intestino
De acordo como a dra. Jozelda, as emoções, sejam elas positivas ou negativas, têm um impacto direto sobre o intestino. Situações de expectativa, como entrevistas de emprego ou eventos importantes, podem desencadear sintomas gastrointestinais, como diarreia, devido à interação entre o sistema nervoso central e o "cérebro intestinal". Em casos recorrentes, esses sintomas podem evoluir para condições como a síndrome do intestino irritável (SII).
Síndrome do Intestino Irritável: Diagnóstico e Tratamento
A SII é um distúrbio funcional que afeta principalmente adultos jovens, especialmente mulheres, embora sua ocorrência em homens tenha crescido nos últimos anos. O diagnóstico não depende de exames laboratoriais ou de imagem, mas de uma análise detalhada dos sintomas e do histórico emocional do paciente. Os sintomas incluem dor abdominal, estufamento, constipação ou diarreia, muitas vezes agravados pelo estresse.
O tratamento é personalizado e pode incluir mudanças na dieta, psicoterapia e, em alguns casos, o uso de medicamentos. A consulta médica detalhada é essencial para entender o quadro psicossocial do paciente e indicar o melhor tratamento.
A importância de uma relação médica acolhedora
De acordo com a Dra. Jozelda, o cuidado com pacientes com distúrbios funcionais intestinais requer tempo e uma relação de confiança entre médico e paciente. Muitas vezes, o suporte emocional e o esclarecimento sobre o diagnóstico são suficientes para aliviar as preocupações dos pacientes e ajudar no manejo da doença.
O intestino, com sua influência nas emoções e na saúde geral, revela-se um órgão complexo e essencial para o bem-estar integral. Cuidar da microbiota, manter uma alimentação equilibrada e procurar apoio psicológico em momentos de estresse são passos fundamentais para manter o corpo e a mente em harmonia.
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Fonte: TV Assembleia