Evento lembra o Dia Mundial da Conscientização do Autismo e reforça inclusão

por Katya D'Angelles publicado 08/04/2025 13h25, última modificação 08/04/2025 14h02
Assembleia promove feira e exposição com protagonismo de pessoas autistas e apoio de instituições locais

Em alusão ao Dia Mundial da Conscientização do Autismo, celebrado oficialmente no dia 2 de abril, a Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) realizou, na manhã desta terça-feira (8), uma programação especial voltada à valorização, inclusão e visibilidade das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A ação aconteceu na Praça do Povo da Alepi e foi organizada pelo Serviço Social da Casa, com apoio da AMA (Associação de Amigos dos Autistas), da Associação Prisma e do grupo Música Eficiente.


A iniciativa contou com feira de artesanato, exposição de projetos e trabalhos desenvolvidos por pessoas autistas, além de apresentações culturais. Famílias e instituições engajadas na causa também participaram do evento, cujo objetivo foi sensibilizar a sociedade para os direitos, as dificuldades e as potencialidades das pessoas no espectro autista. O resultado das vendas será revertido para as famílias como ajuda de custo no atendimento em tratamentos.


Espaço de visibilidade e valorização

Entre os destaques da programação, a feira de artesanato apresentou peças produzidas por familiares de pessoas com deficiência, com destaque para os trabalhos confeccionados por mães de autistas que encontram na produção artesanal uma forma de geração de renda e sobrevivência.

Elisângela de Oliveira, coordenadora geral da Associação Prisma, ressaltou a importância da visibilidade proporcionada pela Assembleia e o impacto direto do evento na vida das famílias. “Já é o segundo ano que a Alepi decide apoiar essa causa que é muito importante para todas as instituições, mas principalmente para as famílias. As pessoas que produzem suas coisas têm a oportunidade de vender. A maioria dessas pessoas não tem emprego formal, porque nossos filhos exigem cuidados constantes. As necessidades nos obrigam a deixar o trabalho e buscar alternativas como essa”, relatou.

O evento na Assembleia não apenas comemorou uma data simbólica, mas funcionou como palco de escuta e acolhimento para os familiares de pessoas autistas. O grupo Música Eficiente, formado por músicos com deficiência, também marcou presença, mostrando que a inclusão pode — e deve — ultrapassar os limites das políticas formais e se expressar também na cultura e no cotidiano.


Apoio institucional e responsabilidade social


O presidente da Assembleia, deputado Severo Eulálio (MDB), destacou o papel social da Casa e o compromisso da gestão com pautas inclusivas. “A Assembleia está trazendo essa atenção através da nossa diretora do Serviço Social, Patrícia Barbosa, e de vários deputados que sempre vestiram a camisa da causa. Essa é uma pauta que mostra conscientização, mostra as potencialidades e a forma que temos de inserir cada vez mais as pessoas atípicas na sociedade como um todo”, afirmou.


A mobilização na Alepi ocorre em um momento de maior discussão sobre políticas públicas voltadas para o TEA, em especial no que diz respeito ao acesso à saúde, educação e assistência social.
Luta por políticas públicas e rede de proteção

O ex-presidente da Casa, deputado Franzé Silva (PT), defensor histórico dos direitos das pessoas com deficiência, voltou a cobrar a ampliação de políticas públicas voltadas para o público autista, com ênfase na oferta de serviços pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “As mães e pais atípicos pedem socorro. Não existe atendimento na área da saúde, na educação. O setor privado cobra muito caro, especialmente em terapias. Estamos forçando os governos estadual, federal e municipal a oferecerem suporte para essas famílias e, ao mesmo tempo, criando uma rede de proteção por meio de leis e destinação de emendas”, enfatizou.

Autor de diversas propostas que visam garantir direitos e ampliar a acessibilidade para pessoas com deficiência, o parlamentar reforçou que o autismo precisa ser tratado como uma prioridade dentro da política pública de inclusão.

Liuce Santos - Edição: Katya D'Angelles 

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