Descaso com pacientes oncológicos revolta Gessivaldo
O deputado Gessivaldo Isaías (Republicanos) foi à tribuna durante a sessão plenária desta terça-feira (27) para denunciar o descaso do poder público em relação às pessoas que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente aquelas que aguardam tratamento oncológico. “Quantos estão morrendo na fila?”, questionou o parlamentar, relatando que perdeu uma irmã para o câncer.
O parlamentar expôs o caso do senhor Domingos de Sousa, de 80 anos, que aguarda por uma consulta com um urologista há pelo menos três meses. De acordo com Gessivaldo, o nome do idoso consta na fila de espera com mais de duas mil pessoas à sua frente, aguardando por uma simples consulta.
“Ele vive andando de UPA em UPA, sem que o sistema de saúde lhe ofereça sequer um diagnóstico, quanto mais tratamento digno. Percorre incansavelmente a fila do SUS, sendo recorrentemente medicado de forma paliativa e enviado de volta para casa. A cada ida, uma esperança. A cada volta, uma frustração”, disse.
Gessivaldo também destacou o caso da senhora Edileuza, do município de Picos, que está na fila da espera pelo tratamento de radioterapia; e de uma jovem de 25 anos, que sofre de obesidade mórbida, e há um ano e meio espera por uma cirurgia bariátrica. “Quando chegar a liberação da cirurgia, o paciente já está morto. [...] Fica a minha indignação, a minha revolta”, disse.
O vice-presidente da Assembleia, deputado Francisco Limma (PT), que presidia a sessão no momento, ressaltou a problemática da regulação do sistema de saúde. “O Piauí tem dois sistemas de regulação, um coordenado pela Secretaria Estadual de Saúde, e outro coordenado pela Prefeitura de Teresina. Isso cria um problema. É uma discussão que nós precisamos travar”, concluiu.
Cristal Sá – Edição: Katya D’Angelles