Superdotação é neurodivergência e não talento, afirma especialista em Teresina

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 13/06/2025 09h59, última modificação 13/06/2025 09h59
Brasil tem cerca de 5 mil pessoas superdotadas, segundo a Mensa. Entrevista no Bom Dia Assembleia destaca mitos, características e desafios enfrentados por essas pessoas.

Segundo a Mensa Brasil, braço da sociedade internacional que reúne pessoas com alto QI, cerca de 5 mil brasileiros foram reconhecidos como superdotados até 2024. O número coloca o país na sexta posição global. Mas a identificação de pessoas com altas habilidades ainda enfrenta mitos e subnotificação, conforme explicou a neuropsicopedagoga e doutora em educação Olzeni Ribeiro em entrevista ao programa Bom Dia Assembleia, apresentado pela jornalista Juliana Arêa Leão.

 

Para a especialista, o maior equívoco está em enxergar a superdotação como um talento ou uma conquista. “A superdotação é uma condição do neurodesenvolvimento, uma neurodivergência genética, com modificações cerebrais que afetam a forma de pensar, sentir e se relacionar com o ambiente. Não é visível a olho nu, e por isso muitas vezes passa despercebida”, explicou Olzeni.

 

Embora a legislação brasileira use os termos “altas habilidades” e “superdotação” como sinônimos, a linguagem pode gerar confusão. “Habilidade é algo treinável, e superdotação não é fruto de treino. Quando se usa o termo ‘habilidade’, cria-se a expectativa de ver algo extraordinário, e nem sempre isso é visível”, disse.

 

 

Comportamentos confundidos com outros transtornos


Birras intensas, crises emocionais e dificuldades de adaptação a ambientes rígidos são frequentemente interpretados como sinais de TDAH ou autismo. “Mas superdotação não é transtorno nem comportamento. É uma forma diferente de processar o mundo. O problema é o ambiente que não acolhe essa diferença”, destacou Olzeni.

 

Veja aqui a entrevista completa


 

Fonte: Bom Dia Assembleia