Novas diretrizes ampliam acesso à cirurgia bariátrica no Brasil

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 29/05/2025 09h54, última modificação 29/05/2025 09h54
Em entrevista ao Bom Assembleia, o cirurgião bariátrico detalhou sobre as mudanças

O Conselho Federal de Medicina (CFM) atualizou as diretrizes para a realização de cirurgias bariátricas no Brasil. A principal mudança é a ampliação do acesso ao procedimento, que agora pode ser indicado para um público mais amplo — incluindo adolescentes a partir de 14 anos — e com critérios mais atualizados, que não se baseiam apenas no índice de massa corporal (IMC).

 

O cirurgião bariátrico Dr. Aderson Aragão explicou, em entrevista ao programa Bom Dia Assembleia, apresentado pela jornalista Juliana Arêa Leão, nesta quinta-feira, 29, que a obesidade deixou de ser considerada apenas um fator de risco para doenças crônicas e passou a ser tratada como uma doença em si, com diferentes graus de manifestação. Essa mudança no entendimento favorece o diagnóstico e o tratamento precoce, especialmente com a cirurgia bariátrica, reconhecida como segura e eficaz.

 

Segundo o médico, o IMC ainda é um dos critérios, mas perdeu exclusividade. Agora, medidas como a circunferência abdominal, o percentual de gordura corporal e a relação cintura-quadril também ajudam a identificar casos de obesidade mesmo em pessoas com peso aparentemente normal.

 

A nova regulamentação também retira o limite máximo de idade para o procedimento e permite que adolescentes a partir de 14 anos possam realizar a cirurgia, desde que haja acompanhamento de uma equipe multidisciplinar e autorização dos responsáveis. “A adolescência é uma fase em que, muitas vezes, os resultados da cirurgia são ainda melhores do que em adultos”, afirmou Dr. Aragão.

 

O especialista destacou ainda que, apesar de 31% da população adulta brasileira estar com obesidade e 68% com excesso de peso, o acesso à cirurgia bariátrica ainda é restrito. “Menos de 1% das pessoas elegíveis fazem a cirurgia, e menos de 10% dessas pelo SUS, onde está a maioria da população que precisa”, alertou.

 

Confira a entrevista completa



Fonte: Bom Dia Assembleia