IBGE: Taxa de analfabetismo entre a população quilombola é de 22,58% no Piauí

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 12/05/2025 13h30, última modificação 12/05/2025 10h09
O instituto divulgou Censo sobre as características desse segmento populacional no Brasil e no Piauí

O Brasil conta com um total de 1.330.186 pessoas quilombolas, o equivalente a 0,66% da população brasileira. Desta vez, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também divulgou indicadores quanto à localização dos domicílios dessa população, se em área urbana ou rural. Um dado que chama a atenção: Em 2022, a taxa de analfabetismo na população quilombola residente em área urbana do estado foi de 22,58%

 

No Piauí, em 2022, a população quilombola era de 31.786 pessoas, o que representava 0,97% do total da população piauiense. Daquela parcela da população, 8.419 pessoas (26,49%) residia em territórios quilombolas oficialmente delimitados, enquanto 23.367 pessoas (73,51%) residiam fora de territórios quilombolas. Em termos quantitativos, o Piauí tem a sétima maior população quilombola do Brasil.

 

A maior parte da população quilombola do Piauí reside em áreas rurais. No estado, 27.930 pessoas quilombolas, representando 87,87% do total daquela população, reside em áreas rurais, configurando-se, inclusive, na maior proporção entre todos os estados do país. Assim, 3.856 quilombolas residiam em áreas urbanas, o equivalente a 12,13% do total. O perfil mais rural da população quilombola do estado difere do perfil mais urbano da população como um todo do Piauí, onde 69,44% do total da população do estado reside em área urbana e 30,56% reside em área rural.

 

No Piauí, um total de 8.419 pessoas quilombolas residem em territórios quilombolas oficialmente delimitados, os quais estão totalmente localizados em áreas rurais. Por sua vez, dentre as 23.367 pessoas quilombolas que não residem em territórios quilombolas oficialmente delimitados, um total de 19.511 residem em áreas rurais e 3.856 residem em áreas urbanas.

 

No Brasil, 61,71% da população quilombola reside em área rural, enquanto 38,29% reside em área urbana. No país, 17 unidades da federação tinham predomínio da população quilombola residindo em área rural, enquanto em 10 unidades o predomínio era da população quilombola residindo em área urbana. O Piauí destacou-se com a maior proporção do país de população quilombola residindo em área rural, com 87,87%, e na sequência vieram o Amazonas, com 84,92%, e o Maranhão, com 79,74%.

 

Taxa de analfabetismo quanto ao sexo


Ao analisarmos a taxa de analfabetismo na população quilombola do Piauí quanto ao sexo, verificamos que a taxa de analfabetismo entre os homens é sempre maior que entre as mulheres, seja em área urbana ou rural. Em 2022, a taxa de analfabetismo na população quilombola residente em área urbana foi de 22,58% para os homens e de 17,58% para as mulheres. Para a população quilombola residente em área rural, a taxa de analfabetismo foi de 32,83% para os homens e de 27,01% para as mulheres.


Populações quilombolas no Piauí, tanto em áreas urbanas como rurais, têm menor acesso a esgotamento sanitário que a média da população total do estado


O Censo Demográfico 2022 apontou que a população quilombola do Piauí, residente tanto em áreas urbanas como rurais, apresenta menores indicadores de acesso a esgotamento sanitário adequado que a média da população total do estado, considerando como adequado aquele realizado por meio de rede geral ou pluvial, fossa séptica ou fossa filtro. Na área urbana, 28,32% dos domicílios da população quilombola piauiense tinha acesso a esgotamento sanitário adequado, enquanto que o indicador registrado para a população total do estado chegou a 58,12%, diferença de 29,8 pontos percentuais. Na área rural, a população quilombola registrou um indicador de 15,26% de domicílios atendidos, enquanto que a população total do estado registrou 19,70%, diferença de 4,44 pontos percentuais.

 

Os indicadores de domicílios quilombolas do Brasil com acesso a esgotamento sanitário adequado também são maiores na área urbana em relação à área rural. Na área urbana, 52,81% dos domicílios da população quilombola brasileira tinha acesso a esgotamento sanitário adequado, enquanto que o indicador registrado para a população total do Brasil chegou a 84,25%, diferença de 31,44 pontos percentuais. Na área rural, a população quilombola registrou um indicador de 17,10% de domicílios atendidos, enquanto que a população total do país registrou 25,58%, diferença de 8,48 pontos percentuais.

 

Fonte: Agência IBGE - Imagem: Freepik Free