Entrevista do Bom Dia Alepi aborda psicopatia infantil
O chocante caso do adolescente de 14 anos que assassinou os pais e o irmão de 3 anos, no Rio de Janeiro, trouxe à tona discussões sobre saúde mental infantil, especialmente sobre a chamada "psicopatia infantil". O tema foi abordado no programa Bom Dia Assembleia, com a jornalista Juliana Arêa Leão, em entrevista ao neuropsicólogo Fábio Melo.
Segundo Melo, o termo “psicopatia infantil” não é usado na prática clínica, já que não se pode diagnosticar crianças com transtorno de personalidade antissocial — quadro semelhante à psicopatia — pois elas ainda estão em formação emocional e moral. No entanto, é possível identificar traços preocupantes, como falta de empatia, frieza emocional e ausência de remorso.
No caso do adolescente, dois fatores chamaram atenção: a dificuldade em aceitar o "não" dos pais e a longa exposição às redes sociais desde muito cedo — ele mantinha um relacionamento virtual desde os 8 anos. Melo aponta que o ambiente digital, com sua rapidez e excesso de estímulos, pode prejudicar o desenvolvimento de limites e da empatia, especialmente em crianças.
Ainda segundo o neuropsicólogo, o diagnóstico possível nessa faixa etária é o transtorno de conduta, que envolve comportamentos agressivos e desrespeito às regras sociais. A formação da personalidade depende de fatores biológicos e ambientais, como o tipo de criação, a presença de violência e o modo como a criança aprende sobre regras e afetos.
Para os pais, Melo orienta atenção a sinais como frieza diante da dor alheia, agressividade ao receber limites e naturalização da violência. Diante desses comportamentos, é essencial buscar ajuda profissional o quanto antes, com psicólogos infantis ou neuropsicólogos.
Confira a entrevista completa
Fonte: Bom Dia Assembleia