Bom Dia Alepi - Desigualdade salarial entre gêneros no Brasil: Um desafio persistente

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 11/04/2025 09h32, última modificação 11/04/2025 09h32
Em entrevista, a consultora organizacional Renata Luordes explicou as razões pelas quais essa disparidade ocorre no Brasil

Recentemente, o terceiro relatório de transparência salarial e igualdade revelou dados alarmantes sobre a disparidade salarial entre homens e mulheres no Brasil. As mulheres recebem, em média, 20,9% a menos que os homens, com uma média salarial de R$ 3.755, enquanto os homens ganham R$ 4.745. Essa diferença é um reflexo de uma série de fatores culturais e estruturais que ainda permeiam o mercado de trabalho brasileiro.


Durante a entrevista no programa Bom Dia Assembleia desta sexta-feira, 11, apresentado pela jornalista Alexandra Teodoro, consultora organizacional Renata Lourdes destacou a importância de romper paradigmas que historicamente posicionaram as mulheres em espaços privados, limitando suas oportunidades no mercado de trabalho. Segundo Renata, à medida que as mulheres conquistam mais espaço tanto no ambiente público quanto no privado, é possível observar um crescimento na inserção feminina em diversas áreas. No entanto, a desigualdade salarial persiste, afetando mulheres em todos os setores, incluindo aqueles que não são formalmente reconhecidos.


A especialista lembrou de declaração recente da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, que também abordou a questão, ressaltando que muitas mulheres entram no mercado de trabalho por necessidade, especialmente aquelas de famílias menos favorecidas. A ministra destacou que 50% das mulheres negras ganham significativamente menos que os homens, evidenciando a intersecção entre raça e gênero na luta por igualdade salarial.


Renata enfatizou que a desigualdade salarial é um reflexo de uma condição cultural que precisa ser revista. A gestão de pessoas nas organizações deve priorizar a inclusão e a diversidade, reconhecendo o valor do talento humano independentemente de gênero ou raça. A competência deve ser a protagonista em um cenário de competitividade, e as mulheres, muitas vezes, se veem obrigadas a correr em dobro para se qualificar e se destacar.


Para enfrentar esses desafios, Renata sugere que as mulheres invistam em seu autoconhecimento e em sua carreira, buscando sempre se qualificar e se empoderar. A inclusão e a diversidade devem ser vistas como fatores-chave para a transformação do mercado de trabalho, permitindo que mulheres determinadas encontrem espaço e oportunidades para brilhar.



Veja aqui a entrevista completa



Fonte: TV Alepi - Edição: Redação Site TV Alepi