Abril Marrom: mês de conscientização sobre a prevenção da cegueira

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 09/04/2025 11h04, última modificação 09/04/2025 11h04
Em entrevista ao Bom Dia Assembleia, especialista explica o que de fato é considerado cegueira.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que aproximadamente 285 milhões de pessoas no mundo vivem com algum tipo de deficiência visual, sendo que 39 milhões são cegas e 246 milhões têm baixa visão. O dado alarmante revela um ponto fundamental: cerca de 80% desses casos poderiam ser evitados ou tratados, segundo estudos da própria OMS.

 

Com o objetivo de alertar a população e incentivar os cuidados com a saúde ocular, o mês de abril é marcado pela campanha Abril Marrom, voltada à prevenção da cegueira e das doenças que afetam a visão.

 

Durante entrevista ao programa Bom Dia Assembleia, apresentado pela jornalista Juliana Arêa Leão, o oftalmologista Dr. Vitor Prado explicou o que é, de fato, considerado cegueira e quais são as principais causas.

 

O que é cegueira?

 

Popularmente, a cegueira é entendida como a total ausência de visão. No entanto, segundo o Dr. Vitor, a definição médica é um pouco mais ampla. “A cegueira não é apenas não ver luz. É considerada cegueira a visão abaixo de 20/400, ou seja, mesmo que o paciente enxergue um pouco, pode ser classificado como cego se a acuidade visual estiver muito comprometida.”

 

Em termos práticos, uma pessoa que só consegue contar dedos ou não enxerga letras grandes já pode estar em um quadro de cegueira, dependendo da avaliação médica.

 

Principais causas: muitas são evitáveis

 

Dr. Vitor destacou que, no Brasil, grande parte dos casos de deficiência visual ainda se deve a causas totalmente evitáveis ou tratáveis, como:

 

  • Falta de óculos corretivos: problemas refracionais como miopia, hipermetropia e astigmatismo são facilmente corrigidos com o uso de lentes, mas muitos pacientes deixam de procurar um oftalmologista.

  • Catarata: causa tratável de cegueira. A cirurgia devolve a visão em grande parte dos casos.

  • Glaucoma: doença silenciosa que, se diagnosticada precocemente, pode ser controlada. O tipo mais comum, o glaucoma de ângulo aberto, não apresenta sintomas até estágios avançados.

  • Retinopatia diabética e hipertensiva: doenças ligadas ao descontrole de diabetes e hipertensão, respectivamente. A prevenção passa pelo controle clínico dessas condições.

  • Traumas oculares: acidentes envolvendo objetos perfurantes ou produtos químicos, principalmente em ambientes de trabalho, são causas frequentes de perda de visão. O uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) é essencial.

E os casos genéticos?

 

Existem, sim, doenças genéticas que causam perda visual e que, infelizmente, ainda não têm tratamento definitivo. Contudo, a medicina já avançou em áreas como terapia gênica e terapia celular, com algumas terapias já aprovadas por agências reguladoras como a Anvisa e o FDA.

 

Dr. Vitor também destacou a importância do aconselhamento genético para famílias que convivem com esse tipo de doença, a fim de compreender as chances de transmissão e planejar cuidados futuros.

 

Confira mais informações na entrevista



Fonte: TV Assembleia