A marca da ancestralidade africana no Brasil: Cultura, religião e resistência

A ancestralidade africana está presente em cada detalhe da cultura brasileira, desde a culinária até as festividades e religiões. O programa Palavra Aberta, apresentado por Thiago Moraes, abordou esse tema em uma entrevista com Emerson Mourão, realizador audiovisual e ativista social.

Segundo Mourão, a cultura afro-brasileira surgiu da fusão dos costumes trazidos pelos africanos escravizados e das influências locais, criando tradições únicas no Brasil. Isso se reflete na música, na dança, na religiosidade e até mesmo em rituais como o uso do branco no Réveillon e o pulo das ondas.

Além de seu trabalho como diretor do projeto Luz Negra, que promove a cultura afro-brasileira e cigana, Mourão também integra o Instituto Sara Bebé, que há mais de dez anos atua em comunidades periféricas e de terreiro com capacitação profissional, assistência jurídica e atendimento social.

A entrevista destacou a importância das religiões de matriz africana, como Candomblé e Umbanda, e sua relevância na formação social, educacional e espiritual da população. Mourão explicou que, apesar desse papel fundamental, ainda há forte preconceito e perseguição a essas tradições, o que reforça a necessidade de mais visibilidade e proteção para os terreiros e suas comunidades.

O Piauí, por exemplo, é o quarto estado com maior número de ataques a comunidades tradicionais no Brasil, ficando atrás apenas da Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. Esse dado alerta para a urgência de políticas públicas que garantam a segurança e o respeito às manifestações culturais e religiosas afro-brasileiras.

A ancestralidade africana continua viva e pulsante no Brasil, mas o reconhecimento e a valorização dessa riqueza são essenciais para preservar a história e a identidade do povo brasileiro.

Acompanhe a entrevista na íntegra

Fonte: TV Assembleia