Debate reúne estudantes e destaca visão de futuro para educação, empreendedorismo, cultura e inovação
O Centro Cultural de Línguas Padre Raimundo José, de Teresina, recebeu, nesta quarta-feira (03), mais uma etapa dos debates do Parlamento do Futuro, iniciativa que simula o processo democrático e estimula a participação política entre estudantes da rede estadual. O encontro colocou frente a frente dois jovens concorrentes: Lara Mirelle, de 17 anos, da 2ª série (tarde), representante do Partido Empreendedorismo, Inovação e Geração de Renda, e Alessandro Araújo, de 18 anos, da 2ª série (manhã), defensor do Partido Cultura e Educação.
Dois projetos de mundo, duas formas de pensar a escola
A apresentação evidenciou contrastes relevantes sobre o papel da escola na vida dos jovens. Ambos enxergam a educação como eixo central, mas a partir de caminhos distintos.
Lara Mirelle, de 17 anos, destacou que sua participação no projeto marcou o primeiro contato com o ambiente político. Ela afirmou ter encontrado no Parlamento do Futuro a oportunidade de propor mudanças que alcançam não apenas sua escola, mas toda a rede da SEDUC.
No debate, defendeu uma pauta voltada à inovação e à geração de renda como estratégia para ampliar oportunidades. Entre suas propostas, estão:
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Oficinas práticas dentro da escola, estimulando habilidades úteis e rentáveis;
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Projetos de inovação, que transformem ideias dos alunos em soluções concretas;
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Parcerias com investidores da comunidade, aproximando estudantes do mercado;
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Educação financeira, para fortalecer autonomia e planejamento de futuro.
Segundo ela, empreender não se resume a abrir negócios, mas a aprender a resolver problemas, criar e acreditar no próprio potencial. “A escola precisa ser um espaço onde o talento aparece, cresce e gera oportunidades”, afirmou.
Alessandro Araújo, 18 anos, já tinha interesse prévio por política e vê o projeto como uma experiência que conecta os jovens à compreensão das estruturas democráticas. Ele apresentou um conjunto de propostas voltadas ao bem-estar e à dimensão cultural da escola.
Defendeu:
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Espaços de descanso e acolhimento, necessários para estudantes que passam o dia inteiro na escola;
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Valorização da cultura no Ensino Integral, com oficinas de artes, leitura, música, dança e teatro;
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Atividades que reforcem identidade, pertencimento e expressão dos jovens.
Para Alessandro, a cultura dentro da escola não é acessório, mas parte essencial do aprendizado e da formação cidadã. “Uma escola integral precisa ser oportunidade, cuidado e oferta de um futuro melhor”, resumiu.
Parlamento do Futuro: processo democrático de ponta a ponta
O deputado Limma, representando a presidência da Assembleia Legislativa do Piauí, reforçou o propósito do Parlamento do Futuro como um projeto que “respira cidadania e aproxima a Alepi da sociedade”.
Ele destacou que cada etapa — registro de chapas, regras, debates, votação e posse — segue o modelo real das eleições brasileiras. Os 30 estudantes eleitos participarão de uma imersão na Alepi, onde vivenciarão:
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posse no Tribunal Regional Eleitoral;
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eleição da mesa diretora;
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participação em comissões;
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apresentação e votação de projetos de lei simulados.
Limma lembrou que a iniciativa já foi finalista de prêmio nacional da União dos Legislativos, justamente por reproduzir de forma completa o processo democrático. Também destacou que projetos desenvolvidos em edições anteriores chegaram a se transformar em leis reais.
Uma juventude que reivindica espaço
O debate mostrou que, apesar de trajetórias e perspectivas diferentes, Lara e Alessandro compartilham um diagnóstico comum: os jovens querem ser ouvidos e influenciar o futuro das escolas e do Estado.
Enquanto uma aposta no empreendedorismo como ferramenta de autonomia, o outro enxerga a cultura como elemento estruturante da educação. As divergências, mais do que afastar, deixaram evidente a riqueza de visões que o Parlamento do Futuro busca estimular.
A etapa eleitoral segue nos próximos dias, com eleições simultâneas nas escolas a serem realizadas na manhã de sexta-feira, dia 05 de dezembro, onde os candidatos seguem na disputa pelo voto dos colegas — cada um defendendo, à sua maneira, que a escola pode ser mais do que é hoje.