Traumas emocionais: como identificar e transformar a dor em força

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 21/07/2025 17h45, última modificação 21/07/2025 17h45
Esse é o tema da edição desta segunda-feira, 21, do Palavra Aberta, que tem como convidado o psicólogo clínico e logoterapeuta Adeilson Medeiros

Em algum momento da vida, todos nós carregamos feridas invisíveis — marcas de rejeição, abandono, injustiça ou humilhação que moldam nossa forma de enxergar o mundo e nos relacionar. Mas será que o tempo, por si só, é capaz de curar essas dores? No programa Palavra Aberta, da TV Assembleia, o psicólogo clínico e logoterapeuta Adeilson Medeiros discutiu o impacto desses traumas e como eles se manifestam em nosso cotidiano.


Segundo Medeiros, traumas são como um iceberg: a ponta visível são os sintomas (ansiedade, depressão, burnout), enquanto a base submersa representa as mágoas não resolvidas.


  • Depressão: ligada ao passado e a frustrações mal elaboradas.

  • Ansiedade: projeção excessiva no futuro.

  • Burnout: esgotamento no presente, muitas vezes por expectativas irreais.

 

O especialista destaca que o tempo não cura traumas por si só — apenas "esconde a sujeira debaixo do tapete". Para superá-los, é preciso enfrentar a dor e buscar autoconhecimento.


Medeiros usa o acrônimo "RITA" para exemplificar algumas das principais feridas emocionais:


  1. Rejeição (sentir-se excluído ou não pertencente).

  2. Injustiça (não ser reconhecido ou valorizado).

  3. Traição (quebra de confiança, especialmente em relacionamentos).

  4. Abandono (carência afetiva, comum em pessoas que não tiveram acolhimento na infância).

 

Essas experiências podem gerar sintomas como:

 

  • Insônia

  • Necessidade de controle excessivo

  • Dores psicossomáticas (enxaquecas, problemas gástricos, fibromialgia)

  • Dificuldade em confiar nos outros


Expectativa x Esperança: como seguir em frente


Uma diferença crucial, segundo o psicólogo, está entre:

 

  • Expectativa: paralisia na espera (como um cão que aguarda o dono sem agir).

  • Esperança: movimento ativo, mesmo na adversidade.

 

A terapia, nesse contexto, não deve se limitar ao autoconhecimento, mas elevar a pessoa além da dor — ajudando-a a ressignificar traumas e encontrar propósito.

 

Quando buscar ajuda?


Se você percebe que:

 

  • Padrões negativos se repetem em relacionamentos, trabalho ou vida social.

  • Sintomas físicos persistem sem causa médica clara.

  • Emoções como medo ou raiva dominam suas decisões.


É hora de olhar para essas feridas. Como afirma Medeiros: "Não adianta esperar que o tempo cure. É preciso tocar na pedra submersa e transformá-la em força."


Assista à entrevista completa no Palavra Aberta



Fonte: Palavra Aberta