Traumas emocionais: como identificar e transformar a dor em força
Em algum momento da vida, todos nós carregamos feridas invisíveis — marcas de rejeição, abandono, injustiça ou humilhação que moldam nossa forma de enxergar o mundo e nos relacionar. Mas será que o tempo, por si só, é capaz de curar essas dores? No programa Palavra Aberta, da TV Assembleia, o psicólogo clínico e logoterapeuta Adeilson Medeiros discutiu o impacto desses traumas e como eles se manifestam em nosso cotidiano.
Segundo Medeiros, traumas são como um iceberg: a ponta visível são os sintomas (ansiedade, depressão, burnout), enquanto a base submersa representa as mágoas não resolvidas.
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Depressão: ligada ao passado e a frustrações mal elaboradas.
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Ansiedade: projeção excessiva no futuro.
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Burnout: esgotamento no presente, muitas vezes por expectativas irreais.
O especialista destaca que o tempo não cura traumas por si só — apenas "esconde a sujeira debaixo do tapete". Para superá-los, é preciso enfrentar a dor e buscar autoconhecimento.
Medeiros usa o acrônimo "RITA" para exemplificar algumas das principais feridas emocionais:
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Rejeição (sentir-se excluído ou não pertencente).
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Injustiça (não ser reconhecido ou valorizado).
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Traição (quebra de confiança, especialmente em relacionamentos).
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Abandono (carência afetiva, comum em pessoas que não tiveram acolhimento na infância).
Essas experiências podem gerar sintomas como:
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Insônia
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Necessidade de controle excessivo
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Dores psicossomáticas (enxaquecas, problemas gástricos, fibromialgia)
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Dificuldade em confiar nos outros
Expectativa x Esperança: como seguir em frente
Uma diferença crucial, segundo o psicólogo, está entre:
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Expectativa: paralisia na espera (como um cão que aguarda o dono sem agir).
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Esperança: movimento ativo, mesmo na adversidade.
A terapia, nesse contexto, não deve se limitar ao autoconhecimento, mas elevar a pessoa além da dor — ajudando-a a ressignificar traumas e encontrar propósito.
Quando buscar ajuda?
Se você percebe que:
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Padrões negativos se repetem em relacionamentos, trabalho ou vida social.
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Sintomas físicos persistem sem causa médica clara.
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Emoções como medo ou raiva dominam suas decisões.
É hora de olhar para essas feridas. Como afirma Medeiros: "Não adianta esperar que o tempo cure. É preciso tocar na pedra submersa e transformá-la em força."
Assista à entrevista completa no Palavra Aberta
Fonte: Palavra Aberta