Oftalmologista alerta para cuidados com a visão de criança e adolescentes
Um levantamento realizado pelo projeto social "Em um Piscar de Olhos" com mais de 10.000 crianças e adolescentes, de 6 meses a 15 anos, em nove estados brasileiros, revelou um dado preocupante: 19% deles apresentavam algum problema de visão.
Em entrevista ao programa Bom Dia Assembleia, apresentado pela jornalista Juliana Arêa Leão, a oftalmologista Glinyan Santos chamou a atenção para a importância de pais, professores e responsáveis estarem atentos. Segundo a médica, muitos problemas de aprendizado e interação social podem estar diretamente relacionados a dificuldades visuais não diagnosticadas.
"Muitos pais não se dão conta, mas problemas de visão podem impactar fortemente o desempenho escolar e a convivência social das crianças", destacou a especialista.
De acordo com Glinyan Santos, tanto fatores genéticos quanto ambientais influenciam na saúde ocular infantil.
As causas genéticas envolvem alterações congênitas que modificam o formato do globo ocular. Já entre os fatores ambientais, ela apontou o uso excessivo de telas (celulares, tablets e computadores), a falta de atividades ao ar livre e o baixo contato com a luz solar natural como grandes vilões.
"A maioria das crianças hoje está privada do estímulo da visão à distância, o que é essencial para o desenvolvimento saudável da visão", alertou.
Como identificar
Detectar problemas de visão em bebês e crianças pequenas pode ser um desafio, já que muitas vezes elas não conseguem expressar as dificuldades que enfrentam. A oftalmologista orienta que os pais e professores fiquem atentos a sinais como:
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Fechar um dos olhos para enxergar;
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Apertar os olhos para ver objetos distantes;
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Dificuldade para copiar a lição do quadro;
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Necessidade de sentar-se mais próximo para enxergar;
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Problemas para reconhecer pessoas ou ler placas a distância;
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Desenvolvimento escolar abaixo do esperado para a idade.
Teste do Olhinho e as primeiras consultas
Logo após o nascimento, é fundamental realizar o teste do olhinho, um exame simples que detecta alterações graves na visão ainda nos primeiros dias de vida. Além disso, a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica recomendam:
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Primeira consulta oftalmológica entre 6 e 12 meses de vida;
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Nova avaliação entre 3 e 5 anos;
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Consultas de rotina anuais ou a cada dois anos, se não houver alterações;
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Em caso de diagnóstico de algum problema, o acompanhamento deve ser mais frequente, conforme orientação médica.
Fonte: TV Assembleia