O legado do Papa Francisco e os rumos da Igreja Católica
Com a morte do Papa Francisco, o mundo volta seus olhos ao Vaticano e reflete sobre o futuro da Igreja Católica. Durante 12 anos de pontificado, Francisco foi uma voz firme em defesa dos mais frágeis, condenando guerras, desigualdades e exclusões. Primeiro jesuíta a ocupar o papado, deixou uma marca de proximidade, simplicidade e acolhimento — aproximando a Igreja de mulheres, da comunidade LGBTQIA+ e dos mais pobres.
O programa Palavra Aberta, apresentado pelo jornalista Thiago Moraes, entrevistou o padre Estevão Prondi para analisar esse legado. Segundo Prondi, três palavras definem Francisco: simplicidade, visível não apenas no nome escolhido, mas em seu jeito de ser; proximidade, traduzida na abertura das portas da Igreja para estar junto do povo; e capacidade de iniciar processos, como a promoção da sinodalidade — um convite ao diálogo interno e à escuta das comunidades.
Francisco não mexeu nos dogmas centrais da fé (com exceção da condenação à pena de morte), mas abriu espaços inéditos: reformou a estrutura do Vaticano, colocou mulheres em posições-chave de liderança, permitiu que elas participassem mais ativamente da vida e das decisões da Igreja. Mesmo sem mudar a doutrina, acolheu temas sensíveis, como a inclusão de pessoas LGBTQIA+, sempre reforçando: “Quem sou eu para julgar?”.
O padre Prondi destacou que o Papa alertava para a necessidade de desmasculinizar a Igreja, dando espaço à contribuição feminina, não no sacerdócio, mas na liderança e evangelização. Ele também reforçou o papel político da Igreja no mundo — não partidário, mas sempre em defesa dos direitos humanos, da justiça social e da dignidade de todos.
Quanto ao próximo papa, Prondi acredita que não haverá um “segundo Francisco”, mas alguém escolhido pelo Espírito Santo, atento aos desafios atuais, capaz de dar continuidade aos processos iniciados e de manter a Igreja aberta, acolhedora e engajada.
A principal lição que fica? A simplicidade e a misericórdia. “Em um mundo acelerado e individualista, Francisco nos ensinou a olhar para o outro, a ter compaixão e a caminhar juntos”, resume Prondi.
Confira a entrevista na íntegra
Fonte: TV Assembleia