Morte de Preta Gil aos 50 anos expõe avanço do câncer colorretal entre os mais jovens

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 22/07/2025 11h12, última modificação 22/07/2025 11h12
Em entrevista ao Bom Dia Alepi, o oncologista Luiz André detalha sobre a doença

A morte da cantora Preta Gil, aos 50 anos, após uma intensa luta contra o câncer colorretal, reacende o alerta para o crescimento preocupante da doença entre adultos mais jovens no Brasil. Em entrevista ao programa Bom Dia Assembleia, o oncologista Dr. Luiz André Sobral destacou a gravidade do cenário e a importância da prevenção.

 

“O câncer colorretal é o segundo tumor mais comum entre homens e mulheres no Brasil. São cerca de 45 mil novos casos e mais de 20 mil mortes por ano. É um problema de saúde pública, mas que pode ser prevenido”, afirmou o médico.

 

Segundo Dr. Luiz André, a doença, que atinge o intestino grosso e o reto, tem alta chance de cura quando diagnosticada precocemente — em mais de 90% dos casos. No entanto, o aumento de casos entre pessoas com menos de 50 anos tem preocupado especialistas e reforçado a necessidade de atenção aos hábitos de vida.

 

Fatores de risco e prevenção


O câncer de intestino tem causas multifatoriais, envolvendo fatores genéticos e ambientais. Mas, de acordo com o médico, os fatores modificáveis, como alimentação, sedentarismo e obesidade, são os mais relevantes na prevenção da doença.

 

“Uma alimentação rica em frutas, verduras e fibras protege contra a doença. Já o consumo excessivo de carnes vermelhas, embutidos e alimentos industrializados aumenta o risco. É preciso abrir menos embalagens e descascar mais alimentos”, orientou.

 

Outros hábitos que ajudam a reduzir o risco incluem:

 

  • Prática regular de atividade física

  • Manutenção do peso saudável

  • Evitar o tabagismo

  • Moderação no consumo de álcool


Tratamentos avançaram, mas ainda são caros


Preta Gil passou parte do seu tratamento nos Estados Unidos, em busca de protocolos mais avançados. Segundo Dr. Luiz André, o Brasil tem acompanhado os avanços da medicina, com acesso crescente a cirurgias menos invasivas, tratamentos com imunoterapia e terapias-alvo moleculares, que personalizam o combate ao tumor a partir de sua genética.

 

“Hoje já é possível tratar com sucesso casos antes considerados incuráveis. Mas, infelizmente, esses tratamentos ainda são caros e nem sempre acessíveis a todos”, lamentou o médico.

 

Diagnóstico precoce salva vidas


O oncologista encerrou a entrevista reforçando a importância da atenção aos sintomas como sangue nas fezes, mudança no hábito intestinal, dor abdominal e perda de peso inexplicada — sinais que devem ser investigados o quanto antes. A recomendação é que, a partir dos 45 anos, mesmo sem sintomas, se inicie a rotina de exames preventivos, especialmente a colonoscopia.

 

Acompanhe a entrevista na íntegra


 

Fonte: Bom Dia Alepi