Banco Mundial defende fim de subsídios a combustíveis fósseis e destaca mercado de carbono no Brasil

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 12/07/2025 08h00, última modificação 10/07/2025 10h42
Órgão diz que país pode ser exemplo em agenda que une benefícios fiscais e ambientais

Em novo estudo, o Banco Mundial discute medidas para o Brasil reduzir as emissões de gases de efeito estufa em pelo menos 59% até 2030, ao mesmo tempo em que conquista o equilíbrio fiscal.

 

Segundo o relatório Dois por Um: Políticas para Atingir Sustentabilidade Fiscal e Ambiental, o Brasil tem potencial para se tornar um líder no mercado de carbono, contribuindo significativamente para a redução das emissões de gases de efeito estufa.

 

Mercado de carbono deve crescer


Construir essa posição de liderança levará tempo, pois o mercado regulado de carbono brasileiro foi aprovado no fim de 2024.

 

Mas o economista sênior Cornelius Fleischhaker, à frente do estudo, está otimista. “É claro que esse mercado ainda está sendo criado, vai demorar algum tempo, mas no longo prazo pode ter muito impacto”, comenta.

 

Outra recomendação do documento é remover os subsídios aos combustíveis fósseis. A ideia é fazer com que os preços desses produtos reflitam seu verdadeiro custo e usar mecanismos compensatórios para proteger os mais vulneráveis.

 

Reorganizar benefícios


Em conversa para a ONU News, a economista Monica de Bolle, pesquisadora sênior do Peterson Institute for International Economics, explicou o assunto:

 

“A gente não está falando em tirar benefícios das pessoas, a gente está falando simplesmente em reorganizar esses benefícios de tal forma que eles sirvam as pessoas, o país e as diferentes agendas, a fiscal e a ambiental, da melhor forma possível”.

 

Finalmente, o novo relatório do Banco Mundial defende a tributação de atividades prejudiciais ao meio ambiente, de modo a incentivar mudanças de comportamento e gerar benefícios fiscais e ambientais.

 

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Fonte: ONU News - Imagem: Freepik