O especialista, no Bom Dia Assembleia, dá orientações importantes sobre o tema
Nos últimos anos, a ansiedade entre crianças e jovens no Brasil tem se tornado uma preocupação crescente, superando os índices registrados entre adultos. Dados da rede de atenção psicossocial do Sistema Único de Saúde, coletados entre 2013 e 2023, revelam essa tendência alarmante. Um dos fatores amplamente discutidos por especialistas é o impacto do uso excessivo de telas na vida dessas crianças.
Em entrevista ao programa Bom Dia Assembleia desta terça-feira, 18, apresentado por Juliana Arêa Leão, o psicólogo Rodrigo Lopes abordou essa questão. Segundo ele, é fundamental que crianças de 0 a 2 anos não tenham nenhum tipo de contato com telas, e que o uso por crianças mais velhas e adolescentes seja minimizado. Lopes destacou que, embora as escolas tenham implementado restrições ao uso de dispositivos eletrônicos, muitos jovens estão utilizando mais as telas em casa, o que tem gerado dificuldades para os pais.
“Os pais estão enfrentando um dilema. A proibição nas escolas cria uma sensação de abstinência, levando as crianças a buscarem mais o uso em casa. Muitas vezes, essa dependência da tecnologia não é percebida, e é crucial que os pais estejam atentos a isso”, afirmou o psicólogo.
Rodrigo Lopes também comentou sobre a rigidez das regras nas escolas, que, embora necessárias, podem gerar ansiedade nos alunos. “Essa fiscalização pode fazer com que eles busquem brechas para usar os dispositivos, resultando em um uso excessivo em casa”, explicou.
Para ajudar os pais a identificarem o uso excessivo de telas, Lopes sugere que a solução não é apenas limitar o tempo de uso, mas sim ser um exemplo positivo. “Se os pais passam muito tempo no celular, como podem exigir que os filhos limitem o uso? É importante que a família toda participe desse processo”, disse.
Ele recomenda que os pais estabeleçam limites claros, como, por exemplo, permitir que crianças pequenas usem telas por apenas meia hora por dia. Além disso, Lopes enfatiza a importância de envolver as crianças em atividades diárias, como ajudar nas tarefas de casa, para que se sintam úteis e se desconectem das telas.
