Mulheres piauienses têm filhos em idade cada vez mais avançada

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 30/06/2025 10h01, última modificação 30/06/2025 10h01
Mulheres brancas têm filhos em idade mais elevada que pretas e pardas

No Brasil como um todo, a idade média que as mulheres têm seus filhos apresenta um aumento ao longo dos anos, com as mulheres tendo seus filhos cada vez mais tarde. O indicador que mensura esse aumento é a “idade média da fecundidade”. No Piauí, em 2010, as mulheres apresentavam uma idade média de fecundidade de 25,9 anos, e em 2022 essa idade média passou para 27,4 anos. No Brasil, em 2010, a idade média de fecundidade era de 26,8 anos, tendo passado para 28,1 anos em 2022.

 

Em 2022, as maiores idades médias de fecundidade entre as unidades da federação foram: Distrito Federal (29,3 anos), Rio Grande do Sul (29,0 anos) e São Paulo (28,9 anos). As menores idades médias de fecundidade ficaram com: Pará (26,8 anos), Maranhão (26,9 anos) e Roraima (26,9 anos).

 

Entre os estados da região Nordeste, a idade média de fecundidade registrada no Piauí (27,4 anos) foi uma das menores, ficando acima apenas da observada para o Maranhão (26,9 anos) e para Alagoas (27,2 anos). As maiores idades médias de fecundidade da região Nordeste foram as do Rio Grande do Norte (28,4 anos) e a do Ceará (28,3 anos).

 

Mulheres brancas têm filhos em idade mais elevada que pretas e pardas


No Piauí, as mulheres pretas tinham filhos em média aos 25,9 anos em 2010, tendo elevado para 26,8 anos em 2022. As mulheres pardas tinham seus filhos em média aos 25,7 anos em 2010, elevando para 27,1 anos em 2022. Por sua vez, as mulheres brancas tinham filhos em média aos 26,3 anos em 2010, passando a 28,6 anos em 2022.

 

Em 2010 e 2022 as mulheres brancas apresentaram uma idade média de fecundidade superior às mulheres pretas e pardas, percebendo-se, contudo, que em 2022 cresceu ainda mais o distanciamento entre as idades médias das mulheres brancas para as demais.

 

Mulheres com nível de ensino superior têm filhos em idade mais elevada que as demais


No Piauí, em 2010 e 2022, as mulheres com nível de ensino superior sempre tiveram seus filhos em idade média superior às mulheres dos demais níveis de ensino. Contudo merece ser destacado que, naquele período, as mulheres com nível de ensino superior apresentaram uma redução na idade média de fecundidade, ao contrário do que ocorreu com as mulheres dos demais níveis de ensino. Em 2010, as mulheres com nível de ensino superior tinham filhos, em média, aos 31 anos, tendo reduzido para 30,4 anos em 2022.

 

As mulheres sem instrução e com ensino fundamental incompleto são as que têm filhos com a menor idade média de fecundidade. Em 2010, elas tinham filhos, em média, aos 24,6 anos, tendo elevado para 26 anos em 2022.

 

As mulheres com ensino fundamental completo e médio incompleto tinham filhos, em média, aos 25,6 anos em 2010, tendo passado para 26,8 anos em 2022. As mulheres com ensino médio completo e superior incompleto tinham filhos, em média, aos 27,2 anos em 2010, tendo passado para 27,9 anos em 2022.

 

Média de filhos por mulher no Piauí supera a média brasileira e nordestina


A taxa de fecundidade total é o indicador que dá uma estimativa do número médio de filhos que uma mulher tem ao longo de sua vida reprodutiva, considerando as taxas de fecundidade específicas de cada idade. No Piauí, esse indicador aponta que as mulheres piauienses tinham uma média de 1,66 filho em 2022, superior à média observada para as mulheres brasileiras, que era de 1,55 filho, e superior também à média registrada para as mulheres nordestinas, que era de 1,60 filho. Na região Nordeste, a média de filhos por mulher no Piauí só ficava abaixo da média das mulheres de Alagoas (1,77) e das mulheres do Maranhão (1,75).

 

No Brasil, os estados que apresentaram as maiores taxas de fecundidade total (número médio de filhos por mulher) foram: Roraima (2,19), Amazonas (2,08) e o Acre (1,90). As menores taxas de fecundidade ficaram com: Rio de Janeiro (1,35), Distrito Federal (1,38) e São Paulo (1,39). No Brasil, 19 unidades da federação apresentaram uma taxa de fecundidade total superior à média do Brasil, enquanto outras 8 unidades apresentaram uma taxa inferior. É importante ressaltar, que apenas o estado de Roraima superou o chamado “nível de reposição”, de 2,1 filhos por mulher, que é a taxa de fecundidade total média considerada necessária para que uma população mantenha seu tamanho estável ao longo do tempo, sem crescer ou diminuir, desconsiderando-se o efeito das migrações.

 

O Censo Demográfico 2022 evidenciou, também, que tem aumentado a proporção de mulheres de 50 a 59 anos que não tiveram filhos nascidos vivos durante seu período fértil. No Piauí, em 2010, um total de 10,8% das mulheres de 50 a 59 anos não tiveram filhos nascidos vivos, proporção essa que subiu para 13,9% em 2022. No Brasil, em 2010, aquela proporção era de 11,8%, tendo passado para 16,1% em 2022.

 

Mulheres com ensino superior têm menos filhos que as demais por nível de instrução


O Censo Demográfico 2022 aponta que a taxa de fecundidade total das mulheres varia com o nível de instrução. No Piauí, as mulheres com nível de ensino superior completo tinham, em média, 1,17 filho, o menor indicador entre as mulheres por nível de instrução. Por sua vez, as mulheres sem instrução e com ensino fundamental incompleto tinham 2,16 filhos, o maior indicador indicador entre as mulheres por nível de instrução.

 

As mulheres piauienses com nível de ensino fundamental completo e médio incompleto tinham, em média, 1,94 filho, enquanto as mulheres com nível de ensino médio completo e superior incompleto tinham, em média, 1,50 filho.

 

Mulheres indígenas são as que apresentam maior média de filhos por cor ou raça


No Brasil, as mulheres indígenas têm, em média, 2,8 filhos, a maior taxa de fecundidade total por cor ou raça no país. Por sua vez, as mulheres de cor ou raça amarela (descendência oriental), têm, em média, 1,2 filho, a menor taxa de fecundidade por cor ou raça.

 

As mulheres pardas têm, em média, 1,7 filho, enquanto as mulheres pretas têm 1,6, e as mulheres brancas,1,4 filho.

 

Mulheres evangélicas têm a maior média de filhos e as espíritas, a menor


Em 2022, ao analisarmos a taxa de fecundidade total das mulheres brasileiras pelo critério de religião, observamos que as mulheres evangélicas tiveram, em média, 1,7 filho, maior indicador entre as mulheres de todas as religiões. Por sua vez, as mulheres de religião espírita tiveram, em média, 1,0 filho, menor indicador entre as religiões.

 

As mulheres de religão católica apostólica romana tinham, em média, 1,5 filho; as mulheres sem religião tinham 1,5 filho; mulheres de outras religiosidades tinham 1,4 filho; e mulheres da umbanda e candomblé tinham 1,2 filho.


Fonte: IBGE - Imagem: Freepik