MPT alerta para necessidade de fortalecer inclusão e diversidade nos sindicatos
O Ministério Público do Trabalho no Piauí (MPT-PI), em parceria com a Comissão de Direito Sindical da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Piauí, promoveu um diálogo com dirigentes sindicais para falar da importância dos sindicatos promovem a inclusão e a diversidade nos cargos diretivos. O evento aconteceu na sede da OAB e reuniu ainda representantes de instituições como a Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho e do Tribunal Regional do Trabalho da 22ª Região.
O procurador do Trabalho Ednaldo Brito destacou que há uma campanha intensa para afastar a sociedade dos sindicatos. Ele citou como exemplo, a defesa da pejotização e as críticas recorrentes que têm sido feitas ao regime de trabalho da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). “Muitas vezes, as categorias não se sentem representadas pelos sindicatos. É por isso que a gente defende que os sindicatos sejam plurais, que representem toda a parcela da sociedade: mulheres, negros, pessoas com deficiência, jovens, o público LGBTQIAPN+. Esse é um passo importante para atrair os trabalhadores aos sindicatos, para que eles se sintam representados”, pontuou.
O presidente da Comissão de Direito Sindical da OAB-PI, advogado Marcos Maciel, reforçou que o objetivo é trazer o debate sobre o tema. “Há uma necessidade de haver representatividade no mercado de trabalho, mas também nas diretorias sindicais. Há sindicatos que não consta uma mulher na sua diretoria e isso reforça a desigualdade, por exemplo. A partir desse diálogo, queremos trazer algo prático para os sindicatos”, diz ele.
Ednaldo Brito reforçou que o diálogo com os sindicatos faz parte de uma estratégia nacional desenvolvida pela Coordenadoria Nacional de Promoção da Liberdade Sindical (Conalis) do MPT dentro do Projeto Sindicalismo e Diversidade para promover a inclusão e diversidade por meio de cláusulas em acordos coletivos e normas estatutárias. “Esse é um dos grandes desafios enfrentados pelo MPT porque não há uma legislação estabelecendo cotas nos cargos das entidades sindicais. A legislação estipula apenas essas cotas para as empresas. Porém, acreditamos que os sindicatos têm esse papel e o MPT tem atuado de forma propositiva, porque entendemos que, mesmo não havendo uma lei, é necessário fazer um trabalho de conscientização para que esse tipo de medida inclusiva seja adotada de forma espontânea”, frisou.
Durante o evento, os representantes sindicais relataram as dificuldades em conseguir compor as diretorias com diversidade dos segmentos sociais e reforçaram que sentem a necessidade de atrair novos associados com uma inclusão social.
Evilásio Lopes, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário do Médio Parnaíba (Sitricom) destacou que o evento é de suma importância para as entidades sindicais. “O que temos hoje são muitos sindicatos patriarcais, que não abrem seus espaços para os gêneros, para a mulher, para a juventude. Os sindicatos precisam se reinventar, se renovar. Nós, do Sitricom, temos promovido encontros com os diversos segmentos, para aproximá-los do Sindicato e garantir representatividade de todos”, finalizou.
Fonte: Ascom MPT-PI