MPT aborda trabalho escravo em palestra para estudantes de Teresina
O Ministério Público do Trabalho no Piauí (MPT-PI) marcou presença no Centro de Educação de Tempo Integral (Ceti) Lourival Parente, no Lourival Parente, zona sul de Teresina, para falar sobre o combate ao trabalho escravo. O evento foi direcionado aos estudantes do ensino médio e contou com a palestra do procurador do Trabalho Edno Moura, coordenador regional de Combate ao Trabalho Escravo do MPT-PI.
O procurador reforçou que esse tipo de evento é importante porque o objetivo dele é multiplicar o conhecimento sobre trabalho escravo para as diversas camadas da sociedade. “Quando isso ocorre em uma escola, para alunos do ensino médio, o potencial de alcançar pessoas que tomem cada vez mais conhecimento sobre trabalho escravo é maior. Esses estudantes serão multiplicadores do tema para seus ambientes e comunidades e isso é fundamental para que possamos avançar no enfrentamento ao trabalho escravo”, avaliou.
Segundo ele, o combate ao trabalho escravo não pode ser focado somente com a adoção de medidas repressivas. “Trabalhamos muito forte na repressão, mas ainda temos uma deficiência muito grande na parte preventiva. Esse tipo de evento contribui nesse sentido, porque estamos conscientizando esses jovens para que, no futuro, eles não venham a ser vítimas do trabalho escravo”, completou.
Edno Moura reforçou que, nos últimos anos, o Piauí reforçou a atuação repressiva no combate ao trabalho escravo. O estado chegou a ocupar a primeira posição entre os estados do Nordeste e a terceira no Brasil em que houve o maior número de resgates. De acordo com o procurador, muitos trabalhadores acabam sendo traficados com promessas de bons trabalhos, com boas remunerações, inclusive para fora do estado e, ao chegar nos postos de trabalho, descobrem uma realidade que é de exploração e de péssimas condições de trabalho e remuneração. “Os trabalhadores têm todos os tipos de direitos violados: ficam alojados ao relento, sem registros profissionais, trabalhando em condições insalubres e que, muitas vezes, provocam até risco de vida”, lamentou.
A coordenadora pedagógica da escola, Elane Gláucia, destacou que o convite para a palestra com o MPT faz parte do Programa “Escravo nem pensar”, desenvolvido pela Secretaria Estadual de Educação em várias escolas do estado. “Temos alunos do ensino médio e também de outras séries e todos os nossos alunos, depois da escola, vão para a graduação e para o mercado de trabalho. Essa orientação é necessária para que os alunos tenham ciência dos seus direitos e saber que situações podem configurar trabalho escravo para que fiquem atentos e não sejam vítimas. Muitas vezes, devido a necessidade de ter uma renda, eles sequer percebem que aquelas condições são irregulares e que eles estão sendo explorados”, argumentou.
Fonte: MPT-PI