Piauí registra queda na taxa de analfabetismo, aponta IBGE

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 07/06/2023 15h50, última modificação 12/06/2023 08h42
Governo do Estado anuncia metas para universalizar o ensino integral

A taxa de analfabetismo no Piauí, de pessoas de 15 anos ou mais de idade, caiu de 15% para 14,8%, entre os anos de 2019 (último ano de divulgação) e 2022, queda de 0,2 ponto percentual. Se considerarmos como referência o ano de 2016, quando a taxa de analfabetismo chegou a 16,1%, essa queda na taxa de analfabetismo foi ainda maior, sendo de 1,3 ponto percentual.

 

No Brasil, em 2022, a taxa de analfabetismo atingiu 5,6%, o que representou uma redução de 0,5 ponto percentual em relação à taxa de 2019 (6,1%) e uma redução de 1,1 ponto percentual em relação à taxa de 2016 (6,7%). No país havia, em 2022, cerca de 9,5 milhões de brasileiros analfabetos.  Dentre as unidades da federação, os menores percentuais de analfabetismo eram o do Distrito Federal, com 1,9%, e o do Rio de Janeiro, com 2,1%.

 

Contudo, apesar da redução no analfabetismo no período, em 2022 o Piauí apresentou a maior taxa do país. No estado, em 2016, haviam cerca de 398 mil pessoas analfabetas e, em 2022, eram cerca de 383 mil, o que representa uma redução da ordem de 15 mil pessoas naquele período. Nessa pesquisa entende-se como analfabeta a pessoa que não sabe ler ou escrever um simples bilhete. Essas são informações apresentadas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IBGE.

 

Analfabetismo atinge principalmente população idosa, masculina e de cor preta e parda

 

No Piauí, em 2022, a faixa etária com maior predomínio de analfabetos era aquela de 60 anos ou mais de idade, atingindo 40,4%. Em 2016 o analfabetismo nessa faixa chegou a 44,4%, registrando-se, portanto, em 2022, uma queda de 4 pontos percentuais. A taxa média brasileira para essa faixa de idade era de 16%. O estado do Rio de Janeiro era o que tinha o menor percentual de idosos analfabetos, com 5,9%.

 

De acordo com o IBGE, no Brasil como um todo, o analfabetismo está diretamente associado à idade. Quanto mais velho o grupo populacional, maior a proporção de analfabetos. Assim, em 2022, no Piauí, o analfabetismo para pessoas de 15 anos ou mais de idade era de 14,8%; para pessoas de 25 anos ou mais de idade era de 18,3%; para pessoas de 40 anos ou mais de idade era de 26,7% e para pessoas de 60 anos ou mais de idade era de 40,4%.

 

Por sexo, no Piauí, a taxa de analfabetismo entre a população de 15 anos ou mais de idade tinha uma prevalência maior entre o sexo masculino em 2022, com 16,2% dos homens piauienses, e com 13,5% das mulheres do estado. No Brasil, a taxa média de analfabetismo atingia 5,9% dos homens e 5,4% das mulheres.

 

Quanto à cor ou raça da população, o analfabetismo entre as pessoas de 15 anos ou mais de idade no Piauí, em 2022, tinha uma prevalência maior entre a população preta e parda, atingindo 15,9%, enquanto que entre a população branca atingia 10,8%. Em termos de Brasil, o analfabetismo entre a população preta e parda atingia 7,4% e entre a população branca cerca de 3,4%.

 

Piauí apresenta crescimento em conclusão do ensino básico

 

O indicador de conclusão do ensino básico obrigatório, que vai até o ensino médio, apresentou um crescimento nos últimos anos no Piauí para a população de 25 anos ou mais de idade, tendo passado de 32,6% em 2016 para 40% em 2022, uma elevação de 7,4 pontos percentuais no período.

 

Em 2016, no Brasil, cerca de 46,2% da população tinha concluído o ensino médio, tendo evoluído para 53,2% da população em 2022, um crescimento de 7 pontos percentuais no período. A unidade da federação com o maior indicador da população com o ensino médio concluído é o Distrito Federal, com 71,3%, seguido do Rio de Janeiro, com 63,1%. Na região Nordeste, o estado com o melhor indicador é Pernambuco, com 46,5%.

 

Trabalho e escola

 

No Piauí, em 2022, cerca de 24,4% da população jovem de 15 a 29 anos encontrava-se sem ocupação em alguma atividade no mercado de trabalho, bem como também não frequentava escola ou algum curso de qualificação profissional. Para o Brasil esse indicador era de 20% da população.

 

Contudo, a maior parte dos jovens piauienses de 15 a 29 anos, cerca de 33,1%, encontrava-se ocupada no mercado de trabalho sem, entretanto, frequentar mais à escola ou qualificar-se profissionalmente. Para o Brasil esse indicador era ainda maior, de cerca de 39,1%.

 

No tocante à questão das pessoas que deixaram de estudar ou nunca frequentaram escola, em termos de Brasil, os principais motivos apontados na pesquisa foram: necessidade de trabalhar (40,2%); não tinha interesse em estudar (24,7%); outros motivos (14,5%); por gravidez (9,2%); tinha de realizar atividades domésticas ou cuidar de pessoas (4,6%); problemas de saúde permanente (3,6%); e não tinha escola na localidade, vaga ou turno desejado (3,2%).

 

Ensino integral

 

O governador do Piauí, Rafael Fonteles, vem anunciando novas metas do Governo para a educação. Segundo o gestor, até 2025 todas as 452 escolas da rede pública estadual que ofertam ensino médio terão o seu horário ampliado, passando a funcionar em tempo integral, com ensino profissional e técnico.

 

“Decidimos ampliar as nossas metas da educação. Até 2025, todas as escolas de ensino médio da rede estadual serão de tempo integral e terão o ensino profissional e técnico integrado”, escreveu. A expansão das escolas de tempo integral faz parte do Acelera Seduc, o maior programa educacional do Piauí, e amplia as ações na educação pública do Piauí.

 

De acordo com o secretário da Educação, Washington Bandeira, o programa Acelera Seduc tem três frentes, que incluem os projetos “Ser Integral faz Diferença”, “Recomposição da Aprendizagem” e “Seduc Tec”, atendendo todas as metas para a Educação do Piauí. “Chegaremos a 104 novas escolas ainda este ano, conforme o Plano de Governo do nosso governador Rafael Fonteles. Já construímos o novo modelo pedagógico das escolas de tempo integral, que vai proporcionar mais resultados de aprendizagem e desempenho para nossos alunos, rumo às primeiras colocações no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)”, informa Washington Bandeira.

 

Ser Integral Faz Diferença

 

O projeto “Ser Integral Faz Diferença”, que faz parte do Programa Acelera Seduc, promoverá a expansão das escolas de tempo integral com o objetivo de ampliar o tempo de permanência dos estudantes na escola, proporcionando melhores condições de aprimorar o ensino e a aprendizagem.

 

Nesta primeira fase de ampliação, a Rede Estadual passará a contar com 62 mil novas matrículas e 122 municípios ofertando a modalidade de ensino tempo integral.

 

Reportagem relacionada TV Assembleia


 

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Fonte: Site TV Assembleia/IBGE/CCom

Imagem: Freepik

Edição: Site TV Assembleia