Calvície atinge mais de 40 milhões de brasileiros

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 10/12/2022 08h10, última modificação 09/12/2022 21h59
Entre homens, mulheres, jovens, adultos e idosos, chama a atenção o número de jovens, entre 20 e 25 anos, que sofrem com a queda capilar

Estado de Minas - O Brasil tem hoje cerca de 42 milhões de pessoas afetadas pela alopecia, também conhecida como calvície.

 

Um ponto que chama bastante atenção é a quantidade de jovens, entre 20 e 25 anos, que também sofrem com a queda capilar. A estimativa da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) é que essa faixa etária já representa 25% dos brasileiros que sofrem com o problema. Mulheres são 40% dos pacientes, com um crescimento de 10% nos últimos três anos, de acordo com dados do Censo 2022 da Sociedade Internacional de Cirurgia de Restauração Capilar (ISHRS). Com a preocupação estética aumentando a cada ano, a busca por transplante capilar cresceu e registrou um aumento de 152% em implantes capilares em 10 anos. A evolução dos tratamentos proporciona soluções cada vez mais naturais.

 

Esse maior procura ocorre principalmente por homens com mais de 35 que em geral são candidatos perfeitos para o implante capilar. De acordo com Mauro Speranzini, cirurgião capilar e membro da Board of Governors da ISHRS, desde que seja considerada a progressão da calvície ao longo da vida, além da existência de área doadora de fios suficientes, os resultados são animadores.

 

“O implante capilar pode conferir melhor autoestima em pacientes que se submetem ao tratamento e isso reflete em vários aspectos da vida cotidiana, como carreira profissional e relacionamentos amorosos e interpessoais”, comenta. Ele destaca que homens com 50 anos ou mais também engrossam a busca por esse tipo de procedimento. “Nessa faixa etária, o procedimento traz condições bem satisfatórias, porque a área doadora está mais bem definida e conseguimos perceber bem o formato do avanço da calvície”, completa Mauro Speranzini.

 

Calvície na juventude

 

É comum imaginar que o transplante capilar é uma boa opção para qualquer paciente que sofra com a calvície e que pacientes jovens seriam bons candidatos porque os resultados seriam melhores em estágios iniciais da calvície.

 

De acordo com Mauro Speranzini, essa informação é contraditória, porque normalmente, nos pacientes jovens, a calvície, que é progressiva por toda a vida, ainda não está estabilizada. “Um transplante capilar precoce pode significar, ao longo dos anos, um resultado inestético, já que os fios transplantados tendem a não cair, enquanto os demais fios de cabelos nativos daquela área estão fadados à queda, mais cedo ou mais tarde".

 

Mulheres são 40% de casos de calvície

 

Para quem pensa que a calvície atinge apenas aos homens, é importante a informação de que doenças emocionais como o estresse e a ansiedade, além da hereditariedade estão entre as principais causas da calvície feminina.

 

O problema fisiológico atinge mulheres a partir de 15 anos e tornou-se uma das maiores queixas de pacientes em consultórios dermatológicos e clínicas especializadas - 40% dos pacientes são do sexo feminino - com um crescimento de 10% nos últimos três anos, de acordo com um levantamento da ISHRS.

 

Speranzini orienta que, entre os principais motivos da queda de cabelos em mulheres, estão relacionados estresse, ansiedade e hereditariedade.

 

O médico explica que, geralmente a calvície hereditária se manifesta de forma progressiva, podendo ter início logo após a puberdade, quando os hormônios sexuais começam a ser produzidos.

 

Já as questões emocionais, são pontuais, desencadeadas por situações específicas. Os casos de implante capilar em mulheres são mais raros. Em geral, a calvície feminina pode ser controlada com tratamentos como a microinfusão de medicamentos na pele (MMP), que é uma técnica que utiliza um equipamento com microagulhas vibratórias que perfuram o couro cabeludo, estimulam a circulação sanguínea e possibilita a injeção de substâncias específicas para estimular o crescimento de novos fios e engrossamento dos fios existentes. Além de medicamentos via oral, complexos vitamínicos e terapia com led.

 

Evolução do procedimento

 

Uma década atrás, quem se submetia a algum tipo de cirurgia contra a calvície podia ter os cabelos assemelhados a peruca, milharal ou cabelos de boneca, hoje em dia é possível que ninguém perceba que alguém abandonou pecha de careca em poucas horas de cirurgia.

 

As novas técnicas criadas por médicos estudiosos do mundo inteiro, elevaram os resultados a patamares melhores do que os naturais e o Brasil também exporta técnicas criadas por profissionais locais. O próprio Mauro Speranzini publicou artigos recentemente, na Revista Fórum Internacional, da International Society of Hair Restoration Surgery, duas dessas técnicas criadas por ele - a técnica FUE Evolution, para retirada de unidades foliculares e a técnica DNI, para a colocação dos fios na área calva.

 

Entre os principais benefícios das técnicas estão, aumentar a taxa de sucesso na retirada e colocação dos fios em um processo cirúrgico preciso e perfeito que, consequentemente, resulta em maior aproveitamento de unidades foliculares, o que significa que mais cabelo saudável deve nascer e ainda sobrar para possíveis novos procedimentos, em caso de calvície progressiva.

 

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Fonte: Estado de Minas

Imagem:  Russell Clark/Pixabay

Edição: Site TV Assembleia