14 mil pessoas no PI trabalham por meio de plataformas digitais

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 30/10/2023 08h00, última modificação 30/10/2023 15h14
O estado tem a 3ª menor participação do país, com 1,33%, inferior à média brasileira de 2,43%

No Piauí, no 4º. trimestre de 2022, o total da população ocupada de 14 anos ou mais de idade, sem considerar os empregados no setor público e militares, foi estimada em 1,05 milhão de pessoas, das quais cerca de 14 mil  realizavam trabalho por meio de plataformas digitais de serviços ou obtinham clientes e efetuavam vendas por meio de plataformas de comércio eletrônico em seu trabalho principal. No Brasil, aquela população total ocupada era estimada em 87,2 milhões de pessoas, das quais 2,1 milhões realizavam trabalho por meio de plataformas digitais de serviços ou de comércio eletrônico.

 

Em termos de participação percentual da população ocupada em plataformas digitais de serviços e comércio eletrônico, em relação ao total da população ocupada no mercado de trabalho, o Piauí tem a 3ª. menor participação do país, com 1,33%, inferior à média brasileira de 2,43%, e superando unicamente os estados do Maranhão (1,28%) e do Acre (1,24%). No país, os estados com maior participação percentual foram o Rio de Janeiro (4,13%), o Distrito Federal (3,15%) e São Paulo (3,04%). Da região Nordeste o maior percentual de participação foi o de Alagoas, com 2,48%, o sexto maior percentual do país.

 

Individualizando a ocupação no mercado de trabalho apenas em plataformas digitais de serviços, sem computar o comércio eletrônico, no Piauí, no 4o trimestre de 2020, havia cerca de 10 mil pessoas ocupadas em atividades como aplicativos de táxi; aplicativos de transporte particular de passageiros (exclusive aplicativo de táxi); aplicativos de entrega de comida, produtos etc.; e aplicativos de prestação de serviços gerais ou profissionais. Em relação ao total do pessoal ocupado no mercado de trabalho no estado (1,05 milhão de pessoas), excluídos os servidores públicos e militares, as 10 mil pessoas ocupadas representavam 0,9% do total, o quarto menor percentual dentre os estados brasileiros.

 

Ao individualizarmos a ocupação no mercado de trabalho apenas nas plataformas do comércio eletrônico, no 4º. trimestre de 2022, no Piauí, havia cerca de 4 mil pessoas ocupadas como empregador ou por conta própria, o que representava aproximadamente 0,43% do total de pessoas ocupadas no mercado de trabalho do estado (1,05 milhão de pessoas), excluídos os servidores públicos e militares.

 

Em vista do avanço das plataformas digitais no Brasil e de seus potenciais impactos sobre as condições de trabalho das pessoas que utilizam tais aplicativos para exercer sua ocupação, torna-se fundamental a disponibilização de uma base de dados que possibilite melhor quantificar e compreender o fenômeno da plataformização do trabalho no País. Com esse propósito, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IBGE investigou, no 4º. trimestre de 2022, o exercício do trabalho por meio de plataformas digitais no trabalho único ou principal que a pessoa tinha na semana de referência, considerando-se a população ocupada de 14 anos ou mais de idade, sem considerar os empregados no setor público e militares.

 

 

Perfil do prestador de serviços em plataformas digitais no país era  predominantemente masculino e trabalhando na informalidade


No Brasil, no 4º trimestre de 2022, as pessoas ocupadas com a prestação de serviços em plataforma digital, tais como aplicativos de táxi; aplicativos de transporte particular de passageiros como (exclusive aplicativo de táxi); aplicativos de entrega de comida, produtos etc.; e aplicativos de prestação de serviços gerais ou profissionais, tinham como perfil quanto ao sexo, a predominância de homens, com 81,3% do total, enquanto as mulheres representavam 18,7%. São informações trazidas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IBGE, através da aplicação do módulo temático sobre teletrabalho e trabalho por meio de plataformas digitais.

 

Quanto ao grupamento das ocupações predominantes naquelas plataformas de serviços digitais, temos a categoria de “operadores de instalações e máquinas e montadores”, a qual abrange os condutores de motocicletas e de automóveis, incluindo os motoboys e motoristas entregadores, taxistas e motoristas de aplicativo, que representava cerca de 67,9% do total do pessoal ocupado. Em termos de formalidade da prestação do serviço, com garantias de direitos trabalhistas, a grande maioria do pessoal ocupado (70,1%) trabalhava na mais absoluta informalidade, tendo cerca de 35,7% do pessoal contribuindo para instituto de previdência.

 

A grande maioria do pessoal ocupado por conta própria trabalhava nas plataformas digitais de prestação de serviços, representando cerca de 71% do total do pessoal ali ocupado, seguido das pessoas empregadas no setor privado da economia sem carteira assinada, com 9,3% do total do pessoal ocupado nas plataformas digitais.

 

Quanto ao nível de ensino dos prestadores de serviços em plataformas digitais, a predominância era o nível médio completo e superior incompleto, com cerca de 61,3% do total daqueles profissionais. Na sequência vinham as pessoas com nível fundamental completo e médio incompleto, com cerca de 16,5% do total.

 

Perfil do pessoal ocupado com prestação de serviços em plataformas digitais - BRASIL

 

 Cerca de 5% da população ocupada no Piauí realiza teletrabalho

 

No 4º. Trimestre de 2022, cerca de 62 mil pessoas realizaram teletrabalho no Piauí, o equivalente a 5% da população ocupada no estado. No Brasil, cerca de 7,4 milhões de pessoas realizaram teletrabalho, o que equivale a uma média de 7,7% do total das pessoas ocupadas no país. A unidade da federação com a maior proporção de pessoal ocupado em teletrabalho foi o Distrito Federal, com 16,7%, seguido de São Paulo, com 11,6%. A menor proporção do país ficou com Roraima, com 3,2%. Entende-se como em teletrabalho as pessoas ocupadas que  realizam suas atividades fora do local padrão de trabalho, bem como utilizando dispositivos eletrônicos pessoais, tais como como computador, tablet ou telefone (celular ou fixo) para a realização do próprio trabalho. São informações divulgadas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IBGE, através da aplicação do módulo temático sobre teletrabalho e trabalho por meio de plataformas digitais, no 4º trimestre de 2022. 

 

Pessoas ocupadas em teletrabalho, por Unidade da Federação (%) – 4º. trimestre 2022 


 

No Brasil, quanto ao sexo, a maior proporção de pessoas realizando teletrabalho era de homens, com 51,2%, e as mulheres com 48,8%. No tocante à cor ou raça, a maior proporção era de pessoas brancas, com 63,3%, seguido de pessoas pardas, com 27,1%, e pessoas pretas com 7,7%.

 

Por sua vez, no tocante aos grupos de idade das pessoas que estavam em teletrabalho no país, a maior proporção era de pessoas na faixa etária de 25 a 39 anos, com 49,6%, seguido das pessoas de 40 a 59 anos, com 35,4%. Somadas essas duas faixas etárias percebe-se que cerca de 85% das pessoas em teletrabalho eram de 25 a 59 anos.

 

Quanto ao nível de instrução, a maior proporção de pessoas em teletrabalho era de pessoas com nível superior completo, com 69,1%, seguido de pessoas com nível médio completo e superior incompleto, com 26,8%. O somatório desses dois segmentos representa cerca de 95,9% do total das pessoas que realizam teletrabalho no país.

 

O rendimento médio mensal real das pessoas ocupadas, que realizavam teletrabalho no país, foi de R$ 6.479,00, enquanto o rendimento médio das que não realizaram teletrabalho ficou em R$ 2.398,00. 

 

Distribuição das pessoas ocupadas na semana de referência que realizaram teletrabalho, segundo o sexo, a cor ou raça, os grupos de idade e o nível de instrução (%) - BRASIL - (4o. trimestre - 2022) 

 

 

Reportagem relacionada TV Assembleia


 

 

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Fonte: Agência IBGE de Notícias

Imagem: Foto de Headway na Unsplash

Edição: Site TV Assembleia